1
- Um dos fatores que permite a sociabilidade é a linguagem? Por quê?
A linguagem é uma
forma de comunicação humana que faz o indivíduo se relacionar com as pessoas, e
com o mundo a sua volta. Platão dizia que a linguagem é umphármakon, palavra
que possui três sentidos principais: “remédio”, “veneno” e “cosmético”. Ou seja, Platão considera
que a linguagem pode ser um medicamento
ou um remédio para o conhecimento, pois pelo diálogo e pela comunicação,
conseguimos descobrir nossa ignorância e aprender com os outros. Pode, porém,
ser um veneno quando, pela sedução
das palavras, nos faz aceitar, fascinados com o que vimos, ou lemos, sem
que indaguemos se tais palavras são verdadeiras ou falsas. Enfim, a linguagem
pode ser um cosmético, maquiagem
ou máscara para dissimular ou ocultar a verdade sobre as palavras. A
linguagem pode ser conhecimento-comunicação, mas também pode ser
encantamento-sedução.
Vale ainda dizer que
a linguagem tem uma função comunicativa, ou seja, por meio das palavras
entramos em relação com os outros, dialogamos, argumentamos, persuadimos, relatamos,
discutimos, amamos, odiamos, ensinamos e aprendemos, etc.;
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2
– A moda é uma forma de linguagem? Por quê?
A linguagem não se limita apenas a fala
e escrita. Logo, ela transcende as formas de interação verbal e está presente
nos mais diversos setores da vida social.
A comunicação, a linguagem e a moda, também utiliza a comunicação não verbal a
fim de que se possa compreender em totalidade a sua aplicação, isto é, a moda,
através da indumentária, também pode ser considerada uma forma de linguagem,
pois transmite precisas informações acerca dos indivíduos inseridos em um
contexto social.
Estudiosos
da moda nos alertam há tempos sobre a quantidade de informações que nossas
roupas e adornos são capazes de dizer sobre nós e sobre nossa sociedade. Rousseau
já dizia que “A palavra distingue os
homens e os animais; a linguagem distingue as nações entre si. Não se sabe de onde
é um homem antes que ele tenha falado”.
3 –
Podemos interpretar e comunicarmos o mundo pela ótica do mito e do lógos. Como
se dá essa diferente maneira do homem perceber e comunicar o mundo?
A palavra grega
mythos, como já vimos, significa narrativa e, portanto, linguagem. Trata-se
da palavra que narra à origem dos deuses, do mundo, dos homens, das técnicas
(o fogo, a agricultura, a caça, a pesca, o artesanato, a guerra) e da vida do
grupo social ou da comunidade. Os mitos são mais do que uma simples
narrativa; é a maneira pela qual, através das palavras, os seres humanos
organizam a realidade e a interpretam.
O mito tem o poder
de fazer com que as coisas sejam tais como são ditas ou pronunciadas. O
melhor exemplo dessa força criadora da palavra mítica encontra-se na abertura
da Gênese, na Bíblia judaico-cristã, em que Deus cria o mundo do nada, apenas
usando a linguagem: “E Deus disse: faça-se!”, e foi feito. Porque Ele disse,
foi feito. A palavra divina é criadora.
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Diferentemente do
mythos, logos é uma síntese de três palavras ou ideias: fala/palavra,
pensamento/ideia e realidade/ser. Logos é a palavra racional do conhecimento
do real. É discurso (ou seja, argumento e prova), pensamento (ou seja,
raciocínio e demonstração) e realidade (ou seja, os nexos e ligações
universais e necessários entre os seres).
É a
palavra-pensamento compartilhada: diálogo; é a palavra-pensamento verdadeira:
lógica; é a palavra-pensamento de alguma coisa: o “logia” que colocamos no
final de palavras como cosmologia, mitologia, teologia, etc. Do lado do logos
desenvolve-se a linguagem como poder de conhecimento racional e as palavras,
agora, são conceitos ou ideias, estando referidas ao pensamento, à razão e à
verdade.
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4
- Por que, segundo Rousseau a linguagem surgiu das paixões e não da razão?
Teria sido em encontros
forçados, causados pelo acaso ou pela necessidade, que começaram a brotar os
primeiros sentimentos de humanidade. Segundo Rousseau, foi...
“sob velhos carvalhos,
vencedores dos anos que uma juventude ardente aos poucos esqueceu sua
ferocidade. Acostumaram-se pouco a pouco uns aos outros e, esforçando-se por
fazer entender-se, aprenderam a se explicar. Aí se deram festas – os pés
saltavam de alegria, o gesto ardoroso não bastava e a voz o
acompanhava com acentuações apaixonadas”(ROUSSEAU: 1969, p. 123), esse teria sido segundo
Rousseau, o ‘verdadeiro berço dos povos’.
A voz, ou a linguagem
falada nasce nesse contexto como recurso necessário à expressão dos sentimentos
e intenções, surge como complemento para melhor exprimir as paixões e para
tornar claras as finalidades, ou seja, é no sentido da transparência de melhor
se mostrar e fazer entender que abrolha essa primeira linguagem, linguagem esta
que ainda não se pode falar em uma língua convencionalmente estabelecida e
articulada. Essa linguagem original pouco se diferencia do canto e da poesia, é
mais uma melodia, eivada de sentimento e paixão do que propriamente uma língua
articulada.
Em sua obra “Ensaio
sobre a origem das línguas”, Rousseau argumenta que as paixões e não as
necessidades humanas foram o motivo do desenvolvimento de nossa faculdade de
linguagem. Ele associa o florescer da linguagem verbal a uma gama mais que rica
de sensações humanas, principalmente quanto às relações sociais.
5
– qual a diferença entre linguagem simbólica e linguagem conceitual?
A linguagem simbólica realiza-se principalmente
como imaginação. A linguagem conceitual procura evitar a analogia e a metáfora,
esforçando-se para dar às palavras um sentido direto e não um sentido figurado.
Isso não quer dizer que a linguagem conceitual seja puramente denotativa. Pelo
contrário, nela a conotação é essencial, mas não possui uma natureza
imaginativa ou imagética.(...).
A linguagem simbólica é aquela
que, levando em consideração as diversa formas de emitir uma mensagem utiliza
todos os símbolos possíveis, imaginários ou não, para conseguir interagir com o
outro.
6 – por
que o signo e a ideologia tem uma relação de dependência?
Há entre ambas uma relação de dependência tal que nos
levaria a crer que só é possível o estudo dos valores e ideias contidos nos
discursos atentando para a natureza dos signos que o constroem. As palavras, no contexto, perdem sua
neutralidade e passam a indicar aquilo a que chamamos propriamente de
ideologias. Numa síntese: o signo forma a consciência que por seu turno se
expressa ideologicamente.
Para iluminar melhor essa relação existente entre signo
e ideologia, analise o seguinte exemplo: Célia brigou com seu namorado. No dia
seguinte enviou-lhe um buquê de rosas vermelhas. Implícito nesse ingênuo buquê
de rosas contempla-se a simbologia do amor expresso pela cor das rosas, o
vermelho, a intencionalidade de mostrar lhe o seu arrependimento e o seu pedido
de desculpas e, principalmente, a intencionalidade de persuadi-lo a perdoá-la.
O signo flores é muito rico em seu conteúdo significativo, capaz de veicular
inúmeras ideologias e intencionalidades. Segundo Bakhtin, “Tudo que é
ideológico é um signo. Sem signo não existe ideologia” (BAKHTIN, 1979.
p.17).
obg
ResponderExcluirQue demais
ResponderExcluirAtividade legal !!!
ResponderExcluir.[
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