Unidade II
Esta unidade
acentua o fato de uma analise critica epistemológica provocada pelas novas
teorias cientifica por volta do final do século XIX e inicio do século XX. Um
período em que o desenvolvimento cientifico e tecnológico consolida-se e o
conceito de ciência e de seu método necessita de uma revisão. A partir desse
pressuposto surge o Circulo de Viena que visava nas ciências à base de
fundamentação de conhecimentos verdadeiros. O Circulo de Viena ou positivismo
lógico restringiu o conceito de ciência e uma das suas principais contribuições
reside na noção de Verificabilidade, que compreende que o sentido de uma
proposição está intrinsecamente relacionado à sua possibilidade de verificação,
ou seja, determinada sentença só tem significado para aqueles que são capazes
de indicar em que condições tal sentença seria verdadeira ou falsa.
Comentário: O cenário
filosófico do final do século XIX e inicio do século XX se caracteriza pelo
desenvolvimento cientifico e tecnológico. As novas teorias provocam um
distanciamento da ciência do mundo natural.
Capitulo II
No capitulo dois abordaremos a epistemologia
de Thomas Kuhn
O conhecimento
para Kuhn tem o caráter construtivo que se forma a partir de um conjunto de
palavras chaves que são: paradigmas, matriz disciplinar, ciência normal
revolução cientifica incomensuráveis e persuasão. Sua filosofia privilegia os
aspectos psicológicos, sociológicos e históricos como relevantes para a
fundamentação e a evolução da ciência. Paradigma são unidades cientificas que
englobam uma série de conceitos que regem uma área de conhecimento que são
passiveis de sofrer mudança. Já a ciência normal é a ciência executada dentro
de um determinado paradigma. Uma revolução trata de uma mudança de paradigma.
Ernst Mayr,
discorda do termo usado por Kuhn “Revolução cientifica” pois, segundo ele
muitas descobertas no campo da biologia tiveram um impacto revolucionário no
pensamento dos evolucionistas, porem não representam uma revolução.
Na visão de
Kuhn, a Física vem passando por grandes mudanças de paradigmas ao longo de sua
história. A síntese newtoniana cria o paradigma mecanicista e determinista
perdurando até o inicio do século XX.
Comentário: O
pensamento de Thomas Kuhn sobre como as ciências evoluem são discutidas desde
1962, a partir do seu livro - A estrutura das revoluções científicas –, lançado
no Brasil em 1976. Em sua obra, Kuhn apresenta sua concepção sobre o
desenvolvimento da ciência e expõe os principais conceitos de sua teoria:
ciência normal, paradigma e revolução científica. Kuhn apresenta o paradigma
como uma realização científica que se torna modelo para as demais pesquisas
daquela área; a ciência normal, como o período em que tal paradigma
conservar-se vigente na ciência e no qual são realizados estudos para
aperfeiçoamento desse paradigma; e a revolução científica como o momento de
crise no qual o paradigma vigente é substituído por um novo paradigma mais
eficiente (KUHN, 1962).
Capitulo
III
No capitulo três
observaremos sobre o racionalismo critico de Karl Popper.
Popper
(1902-1994) Criou o termo racionalismo critico para delinear sua filosofia.
Para ele a teoria cientifica é sempre conjectural e provisória, uma vez que não
se pode confirmar a veracidade de uma teoria pela simples constatação de que os
resultados de uma previsão efetuada com base naquela teoria se verificaram.
O racionalismo
critico ocupa-se primordialmente de questões relativas á teoria do conhecimento
e se constitui uma critica ao positivismo lógico, defendendo que todo
conhecimento é falível e corrigível, virtualmente provisório.
A lógica
dedutiva desempenha um papel de grande importância no conhecimento científico.
Segundo Popper, ela é:
– transmissora
da verdade.
– retransmissora
da falsidade.
–
não-retransmissora da verdade.
Ela transmite a
verdade do explicans para o explicandum, ou seja, sendo verdadeiras as leis e
as condições específicas, será necessariamente verdadeira a conclusão. Ela
retransmite a falsidade do explicandum para o explicans, ou seja, se a
conclusão é falsa, então uma ou mais premissas são falsas. Ela não retransmite
a verdade do explicandum para o explicans, ou seja, sendo a conclusão verdadeira,
poderá ser parcialmente ou totalmente falso o explicans. Em outras palavras, de
premissas falsas é possível se obter conclusões verdadeiras.
O
problema da indução
Os indutivistas
acreditam que pode se chegar às leis universais a partir dos fatos. Para Popper
todo conhecimento é conjectural inclusive as falsificações. Nenhuma teoria pode
ser dada como definitiva ou terminada. O critério de demarcação para Popper é a
testabilidade, refutabilidade ou falsificabilidade para as teorias
cientificas.
A
teoria do conhecimento
Popper denominou de
“teoria do balde mental” a concepção de que nosso conhecimento consiste de percepções
acumuladas ou percepções assimiladas, separadas e classificadas, ou seja, o
empirismo.
A “teoria do balde” supunha que as hipóteses
surgiam a partir das observações. De acordo com a teoria de Popper, por ele
denominada “teoria do holofote”, as observações são secundárias às hipóteses,
teorias, expectativas. É com nossas hipóteses que “aprendemos que tipos de
observações devemos fazer: para onde devemos dirigir nossa atenção; onde ter um
interesse” (Popper, 1975, p. 318). Elas são nossos guias que iluminam a
realidade, nos indicando para onde devemos seguir.
Comentário: Podemos compreender
os aspectos da epistemologia de Karl Popper.
a) A concepção segundo
a qual o conhecimento científico é descoberto em conjuntos de dados empíricos
(observações/experimentações neutras, livres de pressupostos) - método indutivo
- é falsa.
b) Não existe
observação neutra, livre de pressupostos; todo o conhecimento está impregnado
de teoria.
c) O conhecimento
científico é criado, inventado, construído com objetivo de descrever,
compreender e agir sobre a realidade.
d) As teorias
científicas não podem ser demonstradas como verdadeiras; são conjecturas,
virtualmente provisórias, sujeitas à reformulações, à reconstruções.
e) Todo o conhecimento
é modificação de algum conhecimento anterior.
Capitulo IV
No capitulo quarto
veremos a epistemologia de Imre Lakatos.
Lakatos (1922-1974)
propõe que a metodologia dos Programas de Pesquisa Cientifica (MPPC) seja uma
explicação lógica para o saber cientifico. Para ele a história da ciência pode
ser utilizada para avaliar propostas metodológicas rivais.
A Metodologia dos
Programas de Pesquisa Cientifica se estrutura a partir de um conjunto de
conceitos que são: Núcleo firme, Heurística negativa, Cinturão protetor,
Heurística positiva e experimento crucial.
Comentário: A epistemologia de Imre Lakatos constitui-se em uma
das importantes reflexões na filosofia na ciência no século XX,
"A filosofia da ciência sem a história
da ciência é vazia; a história da ciência sem a filosofia da ciência é
cega" Lakatos coloca que a história da ciência pode ser
utilizada para avaliar propostas metodológicas rivais; adicionalmente, a
filosofia da ciência oferece ao historiador epistemologias, metodologias que
lhe admitem reconstruir racionalmente a “história interna”, complementando-a
mediante uma “história externa” (sóciopsicológica).
Capítulo IV
Capitulo quinto aborda
Feyerabend e o pluralismo metodológico.
Paul Fyerabend
(1924-1994) Defende um pluralismo metodológico, questiona a racionalidade
científica.
Para Feyerabend o
anarquismo epistemológico admite que por trás de um mundo tal como apresentado
pela ciência, possa ocultar-se uma realidade mais profunda. O conhecimento para
ele é um oceano de alternativas. A estratégia anarquista tem como principal
objetivo convencer o leitor de que todas as metodologias têm limatações.
Comentário: Para
Feyerabend “o conhecimento ... não é um gradual aproximar-se da verdade. É, antes,
um oceano de alternativas mutuamente incompatíveis (e, talvez, até mesmo
incomensuráveis), onde cada teoria singular, cada conto de fadas, cada mito que
seja parte do todo força as demais partes a manterem articulação maior, fazendo
com que todas concorram, através desse processo de competição, para o
desenvolvimento de nossa consciência. Nada é jamais definitivo, nenhuma forma
de ver pode ser omitida de uma explicação abrangente”a partir desse comentário
podemos concluir que por trás de um mundo cientifico ocultar-se uma essência
mais abrangente que não podemos radicalizar.
Capítulo VI
No capitulo sexto, enfocaremos a epistemologia de
Bachelard.
Bachelard (1884-1962), segundo ele a ciência é um
objeto construído socialmente, cujos citérios de cientificidade são coletivos e
setoriais às diferentes ciências. Uma de suas maiores contribuições é a
primazia conferida ao erro, a retificação, ao invés da verdade. Ele acredita
que assim o erro deixa de ser equivoco, uma anomalia a ser extirpada, passando
a assumir uma função positiva e fazendo com a própria questão da verdadese
modifique.
Comentário: Bachelard acredita que a ciência é o
discurso verdadeiro sob o erro, ou seja, a ciência é o processo da produção da
verdade. Ele propagava que tudo que conhecemos vêm de um conhecimento anterior,
retificando o que se julgava sabido e sedimentado.
Bibliografia
MAIA, Vidal Eloísa, BESSA, José Everaldo Maia. Fundamentos de
Filosofia das Ciências, Teresina UFPI/UAPI, 2009.
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